quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Proibir não!

Os homens são bichos estranhos mesmo. Nunca estamos satisfeitos com o nosso "status quo". Sempre queremos algo inalcansável ou até mesmo inviável. Por que fazer algo proibido é tão prazeroso? Por que desafiar nossos limites é tão tentador? Se alguém um dia desvendar essas incógnitas , por favor, me contate.

É tão divertido entrar em uma festa com a carteira de identidade da irmã mais velha; tão extasiante pegar o carro do pai sem ele saber; tão compensador poder comer um chocolatezinho quando se está em dieta. O homem tem sede de aventura, é viciado em endorfina, adora se arriscar.

Tantas reflexões para convergir a uma opinião mais-que-polêmica: legalização de entorpecentes. Longe de estar fazendo apologia às drogas, mas que a proibição delas é uma medida totalmente paliativa a fim de tentar travar o tráfico e sua conseqüente criminalidade, isso é fato.

O jovem brasileiro, com seu espírito revolucionário e dotado de coragem, nunca deixará de experimentar uma maconha por que tal ato é ilícito. Muito pelo contrário. Por ser um "produto" proibido, há uma profunda curiosidade em prová-lo. E ao fazê-lo, ele naturalmente se sente destacado; não por ter fumado maconha, mas por ter feito algo "proibido", por ter superado os seus limites.

Não estou dizendo que liberar seria a melhor alternativa. Só reitero que a proibição não seria a política mais apropriada. Acho que as pessoas as vezes têm receio de discutir essas questões, e por isso mesmo acho que nunca chegamos a uma solução plausível a respeito. O governo por si deixou de discursar sobre o assunto porque acha que isso só agravaria o consumo. Ou seja, a desinformação paira em uma sociedade sem consciência das conseqüências que uma dependência química pode causar.

Eu sou a favor da legalização, mas não em um país tolo e alienado como o nosso. Não temos condições de lidar com a liberação da maconha. As mentes ainda são mesquinhas demais; ainda que o governo arrecadasse impostos e gerasse empregos com tal atitude, o consumo se alastraria e os gastos com a saúde seriam alarmantes e, portanto, a ação seria improdutiva.

A Holanda, com sua naturalidade ao tratar assuntos polêmicos e com o berço cultural conseqüente de investimentos na educação, conseguiu associar a tolerância à maconha a uma nação, no mínimo, conscientizada. O país está entre os 10 que menos consomem drogas no mundo.

Surpresa. Onde eu cheguei? Educação, precária escolaridade. Enquanto não evouirmos nossos preceitos culturais, nossa cabecinha nos sujeitará a uma vida totalmente limitada. A liberdade só pode existir quando tivermos consciência de nossos atos. E em um país onde até mesmo as autoridades não medem seus propósitos, ainda seremos por muito tempo súditos de nossas liberdades.