Há algo que hoje me intriga muito. Digo hoje pois, de uns tempos para cá, devido aos últimos acontecimentos que andei presenciando e me envolvendo, parei para pensar mais nas coisas. Nas palavras, nos atos, nos sentimentos. E percebi que o mundo hoje está mais frio como nunca. As pessoas se sentem culpadas por parar, por refletir. No mundo onde o “tempo é dinheiro”, já está muito caro abrir mão de qualquer atividade lucrativa para pensar naquilo que realmente tem valor, mas que dinheiro algum pode comprar.
Eu mesmo, na maior parte do tempo, me vejo pensando no futuro, nos objetivos que ambiciono, no meu sonho em me tornar uma mulher independente e bem-sucedida na carreira profissional. Todos têm o direito de esperar obter êxito no seu ramo de trabalho. Não condeno ninguém de fazê-lo. Muito pelo contrário, acho realmente saudável e positivo pensarmos nisso. Porém para todas as coisas, há um limite. E é essa a origem da minha angústia. O mundo, para muitos, passou a reduzir-se em dinheiro e bens tangíveis. Nós, muitas vezes, passamos a construir nossas vidas e nossas relações baseando-se no princípio que o dinheiro é o que nos faz feliz. E há algo muito errado nisso.
Obviamente sei que, nas circunstâncias que nos norteiam atualmente, o dinheiro sim ajuda a alcançarmos a felicidade. Mas as pessoas muitas vezes esquecem que ele é certamente, secundário. E se equivocam quando desprezam a idéia de que a felicidade está nos detalhes, nas pequenas grandes coisas da vida. As pessoas ignoram que a origem das coisas belas estão, simples e puramente, nelas mesmas (nas pessoas!). Há algo mais valioso do que um sorriso, um abraço, uma verdadeira amizade? Há algo mais lindo e encantador do que um olhar apaixonado, uma voz que aconchega, um beijo que arrepia? Palavras sinceras, abraço que aperta, carinho que acalma? Definitivamente, não.
Tenho certeza que todos nós, sem exceção, por sermos seres humanos e por isso dotados de sentimentos, temos a consciência da real felicidade. Entretanto, justamente por sermos humanos e por errarmos em vários aspectos, só damos o real valor a partir de quando perdemos aquilo que nos faz feliz. Não digo que isso é uma regra, mas no geral costumamos agir dessa forma. Talvez haja um porquê, talvez só sirva de lição para que não erremos novamente.
Enfim. Por diferentes razões terei que me afastar( em alguns casos já estou me afastando) de pessoas que me proporcionaram significantes doses de felicidade. Essas pessoas, de uma forma ou de outra, me fizeram crescer. Me afirmaram o quão feliz eu fui estando ao lado delas e foram suficientes para fazerem com que minha vida fosse, digamos assim, mais plena. O que me conforta, hoje, é saber que algumas delas vão voltar, e que há uma vaga possibilidade (mas assim, ainda há) de que algumas que dificilmente voltariam, voltem de fato. O que me conforta, ademais, é que eu sempre poderei lembrar delas, dos momentos maravilhosos e inesquecíveis que um dia com elas compartilhei.
Esse texto pode ter sido inspirado em várias pessoas. Numa tia que já se foi, numa prima que foi mas volta, numa amiga que está para ir mas tem que voltar, ou quem sabe num quase amor que, por razões diversas, não deu certo.
Pode ter tido vários objetivos; que cada um encontre o que lhe convém. Para mim, mais um desabafo.
Não esqueçamos das pequenas e belas coisas.
domingo, 3 de agosto de 2008
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