Sexta-feira.
A questão democrática de Mianmar, a brutalidade do criminoso que matou 2 irmãos, o discurso retórico de Lula na Assembléia da ONU, o encontro por demais intrigante de Chávez e Mahmud, os freqüentes recalls nos produtos chineses,..Os assuntos que me cercam definitivamente não encontram espaço nesse dia tão mágico, viernes.
Mágico porque seu efeito é inquestionavelmente surreal. As pessoas inconvenientes não me irritam, as notícias ruins são - por mim - ignoradas, a comida sempre está boa, o tempo sempre está perfeito, a opinião alheia se torna definitivamente indiferente. O desgaste da semana cessa depois da longa jornada(de trabalho para uns, de estudo para outros), e estamos convidados a sair da rotina.
Quinta-feira já é uma conquista semanal. O estímulo do iminente dia-das-glórias naturalmente torna meu dia mais produtivo. E à medida que a noite de quinta se aproxima, e, por conseguinte, minha meta encontra-se a poucas horas, meu humor já se transforma significativamente.
O ecstasiante friday-effect torna-se mais extensivo ao se pensar que depois de sexta ... é sábado! Ou seja, estamos relativamente longe do dia-do-tédio, o qual nem sequer gosto de citar. Assim, durante esse período nos dedicamos intensamente à libertação, explorando a fundo a política hedonista, a política do presente prazer. E maximizando todo tempo possível para que o ingrediente SATISFAÇÃO se reproduza de forma exponencial nesse tão assediado espaço de tempo.
Eu teria muitos outros argumentos em prol da significância desse dia mais-que-especial.
Mas, felizmente, tenho MUITO o que fazer nessa bela tarde de sexta-feira, que recém se inicia.
Um ótimo final de semana a todos.
Que a sexta-feira nos abençôe.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Um desafio
Às vezes me debato com crises existenciais, quase sempre relacionadas à aplicabilidade do meu escasso e sagrado tempo. Vivo com um medo latente de que meu tempo não seja suficiente para realizar tantas pretensões. E meu medo torna-se mais sustentável à medida que me conscientizo que sou uma pessoa totalmente vulnerável, uma vez submetida a esse ambiente de extrema contingência – Planeta Terra.
Tenho certeza de que não sou uma em milhares. Compartilho minha posição com todos os jovens ambiciosos e relativamente informados, os quais também sofrem ameaças constantes em relação ao lifetime que lhes resta, e se vêem preocupados com a situação atual desse mundo globalizado e incerto.
A situação?
Conseqüências atrozes do boom das indústrias se traduzem em catástrofes naturais derivadas do desequilíbrio climático; Uma guerra desnecessária provocada para firmar o poderio de uma nação moralmente debilitada resulta em uma carnificina irreparável; Decepções políticas oriundas de atos escancarados de corrupção que desqualificam o Estado e desestimulam a população.
Esse cenário nos intimida, sim.
Mas acredito que nossas pretensões são por demais resistentes a tais condições.
Que tenhamos tempo o bastante para investir em nós mesmos. E que possamos tomar futuras decisões a partir de uma ótica mais coerente, mais humana, mais ética.
O desafio está proposto.
O tempo está correndo.
Tenho certeza de que não sou uma em milhares. Compartilho minha posição com todos os jovens ambiciosos e relativamente informados, os quais também sofrem ameaças constantes em relação ao lifetime que lhes resta, e se vêem preocupados com a situação atual desse mundo globalizado e incerto.
A situação?
Conseqüências atrozes do boom das indústrias se traduzem em catástrofes naturais derivadas do desequilíbrio climático; Uma guerra desnecessária provocada para firmar o poderio de uma nação moralmente debilitada resulta em uma carnificina irreparável; Decepções políticas oriundas de atos escancarados de corrupção que desqualificam o Estado e desestimulam a população.
Esse cenário nos intimida, sim.
Mas acredito que nossas pretensões são por demais resistentes a tais condições.
Que tenhamos tempo o bastante para investir em nós mesmos. E que possamos tomar futuras decisões a partir de uma ótica mais coerente, mais humana, mais ética.
O desafio está proposto.
O tempo está correndo.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Tanta reforma para fazer no Brasil, e se propõem à lingüística...
Estou extremamente estupefata. E, acreditem, não é nada relativo à infeliz absolvição de Renan Calheiros(já que de fato isso não me surpreende nem um pouco, apenas confirma a imagem que eu já tinha dessa raça facilmente corrompível). Estou pasma devido à iminente reforma ortográfica a que seremos submetidos a partir de 2008.
Cortaram o trema, os acentos circunflexos e os de ditongos abertos, além de alterarem as regras do hífen e incorporarem as letras k, w e y. A Associação Brasileira de Letras acredita que, se tal projeto for efetivado, as relações entre os países falantes da língua portuguesa irão encontrar mais facilidades em suas relações diplomáticas e até mesmo econômicas. Me poupe! Se designássemos a unificação lingüística como condição a um país se efetivar no mercado internacional, 1,3 bilhões de chineses já estariam morrendo de fome.
Levei anos para aprender que microondas se escreve tudo junto, e agora decidiram que levará hífen. Enquanto anti-semita ou infra-som passaram a ser antissemita e infrassom.
Sinceramente, não sei se vou agüentar(SIM, com trema!).
E a ABL ainda insiste que devemos ficar tranquilos, que as regras serão facilmente adaptáveis.
Tranquila talvez fiquemos,
Tranqüilos, nunca mais.
Cortaram o trema, os acentos circunflexos e os de ditongos abertos, além de alterarem as regras do hífen e incorporarem as letras k, w e y. A Associação Brasileira de Letras acredita que, se tal projeto for efetivado, as relações entre os países falantes da língua portuguesa irão encontrar mais facilidades em suas relações diplomáticas e até mesmo econômicas. Me poupe! Se designássemos a unificação lingüística como condição a um país se efetivar no mercado internacional, 1,3 bilhões de chineses já estariam morrendo de fome.
Levei anos para aprender que microondas se escreve tudo junto, e agora decidiram que levará hífen. Enquanto anti-semita ou infra-som passaram a ser antissemita e infrassom.
Sinceramente, não sei se vou agüentar(SIM, com trema!).
E a ABL ainda insiste que devemos ficar tranquilos, que as regras serão facilmente adaptáveis.
Tranquila talvez fiquemos,
Tranqüilos, nunca mais.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Ideologia versus Originalidade
O 11 de setembro é um fato insistentemente analisado, mas não deixa de ser extremamente inspirador. O impacto e conseqüente trauma gerado pelo grupo terrorista Al-Quaeda ainda não foi suficientemente esquecido, tal foi a sua repercussão em âmbito global. Sendo assim, passaram-se 6 anos e a sociedade ainda encontra-se na busca de uma justificativa mais plausível para tal atrocidade, de modo a não acreditar que o fanatismo religioso chegue a tal ponto.
É isso que me impressiona, a força de uma ideologia. Tanto no terrorismo, como no nazismo ou até mesmo em regimes socialistas e capitalistas, a crença vale mais que a própria raça humana, e vidas são facilmente desperdiçadas a fim de assegurar a superioridade de um propósito.
Às vezes é interessante lembrar que somos indivíduos livres, de culturas e ideais diferentes; que o mais fascinante que temos em sermos homens é a nossa flexibilidade mental e nossa criatividade; que não há nada mais valioso que opinarmos de forma original; e que, portanto, abafamos a nossa mais bela qualidade ao tentar homogeneizar uma opinião ou ideologia.
Uma opinião, se é por demais lógica, inteligente e bem argumentada, se dissipará por si só. Não é conveniente, portanto, que se envolva coerção no modo de pensar dos demais. Se o há, é porque de fato tal ideologia não é convincente.
Num mundo onde o caráter influenciável é tão persistente,
se destacam aqueles que, arriscadamente, pensam de forma original.
É isso que me impressiona, a força de uma ideologia. Tanto no terrorismo, como no nazismo ou até mesmo em regimes socialistas e capitalistas, a crença vale mais que a própria raça humana, e vidas são facilmente desperdiçadas a fim de assegurar a superioridade de um propósito.
Às vezes é interessante lembrar que somos indivíduos livres, de culturas e ideais diferentes; que o mais fascinante que temos em sermos homens é a nossa flexibilidade mental e nossa criatividade; que não há nada mais valioso que opinarmos de forma original; e que, portanto, abafamos a nossa mais bela qualidade ao tentar homogeneizar uma opinião ou ideologia.
Uma opinião, se é por demais lógica, inteligente e bem argumentada, se dissipará por si só. Não é conveniente, portanto, que se envolva coerção no modo de pensar dos demais. Se o há, é porque de fato tal ideologia não é convincente.
Num mundo onde o caráter influenciável é tão persistente,
se destacam aqueles que, arriscadamente, pensam de forma original.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
O pior cego é aquele que não vê
Seria tão menos penoso acreditar nas fábulas do Seu Lula. Acreditar que a economia está indo às mil maravilhas(mesmo com ela crescendo menos que 5%), que o ensino superior melhorou como o planejado, que a desigualdade social está sob controle(viva o bolsa-esmola!), que estamos superando a corrupção(enquanto o sr. presidente continua a defender a ética dos seus ex-ministros acusados), enfim, felizes aqueles que são enganados, pois sentem-se despreocupados e prontos para reeleger seus políticos.
Não sei se o Sr. Presidente ainda encontra-se mergulhado(ou alienado?) em sua campanha política do "Lulinha paz e amor". De certo está ainda vivendo em um sonho e não ouviu o despertador. Ou o ouviu e finge que não(ah,ele não seria capaz de fazê-lo!). Talvez esteja ocupado demais com suas viagens diplomáticas e não tenha tempo suficiente de abrir um só jornal. Ou ainda seja fraco demais para abri-lo.
É, abrir um jornal hoje e conseguir lê-lo até o fim é tarefa para os mais fortes. Cada jornal é uma paulada. Hoje, por exemplo, já recebi a minha: "Furacão Félix atinge categoria 5 e passará por Nicarágua e Honduras; Bandeira Brasileira é queimada no Vale do Taquari; É comprovada a intensa redução do Lago Chade na China; Garota de 17 anos liderava quadrilha no Vale dos Sinos; Arroio do Dilúvio mais-que-poluído; Indícios de abusos parlamentares na administração; Trabalhadores brasileiros produzem menos segundo a OIT". Sentiu? Agora respire.
A realidade assusta um pouco, eu sei. Mas acredite, negá-la não nos levará a nada.
Antes de medicar um paciente, o médico necessita tomar conhecimento do que está se passando. O mesmo com o Brasil ou com o Mundo.
Por que o pior cego é aquele que não vê.
Não sei se o Sr. Presidente ainda encontra-se mergulhado(ou alienado?) em sua campanha política do "Lulinha paz e amor". De certo está ainda vivendo em um sonho e não ouviu o despertador. Ou o ouviu e finge que não(ah,ele não seria capaz de fazê-lo!). Talvez esteja ocupado demais com suas viagens diplomáticas e não tenha tempo suficiente de abrir um só jornal. Ou ainda seja fraco demais para abri-lo.
É, abrir um jornal hoje e conseguir lê-lo até o fim é tarefa para os mais fortes. Cada jornal é uma paulada. Hoje, por exemplo, já recebi a minha: "Furacão Félix atinge categoria 5 e passará por Nicarágua e Honduras; Bandeira Brasileira é queimada no Vale do Taquari; É comprovada a intensa redução do Lago Chade na China; Garota de 17 anos liderava quadrilha no Vale dos Sinos; Arroio do Dilúvio mais-que-poluído; Indícios de abusos parlamentares na administração; Trabalhadores brasileiros produzem menos segundo a OIT". Sentiu? Agora respire.
A realidade assusta um pouco, eu sei. Mas acredite, negá-la não nos levará a nada.
Antes de medicar um paciente, o médico necessita tomar conhecimento do que está se passando. O mesmo com o Brasil ou com o Mundo.
Por que o pior cego é aquele que não vê.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Egoísmo
É tão fácil simpatizar com os liberalistas. É confortável demais acreditar que a natureza humana é relativamente pacífica, e que os homens são, em sua essência, altruístas.
Mas isso se torna tão difícil quando se vive em pleno século XXI. O egoísmo atualmente alastra-se de forma tão eficiente que põe em xeque a tese de Locke, de modo a firmar a posição realista.
Hobbes e Maquiavel estavam, pois, certos.O egoísmo é sim inerente à natureza do homem. E defendo tal teoria não pelo argumento clássico, segundo o qual somos(os homens) tão iguais a ponto de que nossa capacidade altruísta só se revela a partir de nossos interesses próprios. Isto é, sempre agimos em defesa própria, sempre tentamos superar o outro, e, em conseqüência, vivemos constantemente em estado conflituoso. Desculpe-me Hobbes, mas essa teoria não mais se adapta a meu ver.
Hoje vivemos um egoísmo mais evoluído, um egoísmo com mais classe talvez, porém um egoísmo, ao meu ver, pessimista(seria isso uma redundância?). Um egoísmo que nasce(ou desperta) do nosso interior a partir de estímulos externos. Um exemplo: Como é fácil sentirmos inferiores. Às vezes não temos muito o que pensar e caímos em conclusões do tipo "como seria fácil ser o fulano" ou uma mais clichê "como seria mais fácil viver em outro país". É muito fácil pensar assim. Difícil é pensar "como o fulano chagou até lá?" ou ainda "quais são as atratividades que tornaram tal país o que é hoje?"
Reclamar sem fundamentar é o que nos torna extremamente egoístas.
É fácil se referir ao Renan Calheiros com indignação, apontar a política brasileira como fraca, culpar o Judiciário para as freqüentes impunidades. Difícil é a ação; difícil é acreditar no poder que temos - tanto como pessoas como nação -; difícil é acreditar num ideal, acreditar em valores, acreditar em protestos- sim, falta demonstrar nossa indignação.
O egoísmo repentino pode sim ser de todo positivo: quando nós o usarmos para obter uma epifania! Enquanto isso não ocorrer, o egoísmo tenderá a crescer. E os nossos ideais - que um dia se mostraram tão resistentes - terão seus dias contados.
Mas isso se torna tão difícil quando se vive em pleno século XXI. O egoísmo atualmente alastra-se de forma tão eficiente que põe em xeque a tese de Locke, de modo a firmar a posição realista.
Hobbes e Maquiavel estavam, pois, certos.O egoísmo é sim inerente à natureza do homem. E defendo tal teoria não pelo argumento clássico, segundo o qual somos(os homens) tão iguais a ponto de que nossa capacidade altruísta só se revela a partir de nossos interesses próprios. Isto é, sempre agimos em defesa própria, sempre tentamos superar o outro, e, em conseqüência, vivemos constantemente em estado conflituoso. Desculpe-me Hobbes, mas essa teoria não mais se adapta a meu ver.
Hoje vivemos um egoísmo mais evoluído, um egoísmo com mais classe talvez, porém um egoísmo, ao meu ver, pessimista(seria isso uma redundância?). Um egoísmo que nasce(ou desperta) do nosso interior a partir de estímulos externos. Um exemplo: Como é fácil sentirmos inferiores. Às vezes não temos muito o que pensar e caímos em conclusões do tipo "como seria fácil ser o fulano" ou uma mais clichê "como seria mais fácil viver em outro país". É muito fácil pensar assim. Difícil é pensar "como o fulano chagou até lá?" ou ainda "quais são as atratividades que tornaram tal país o que é hoje?"
Reclamar sem fundamentar é o que nos torna extremamente egoístas.
É fácil se referir ao Renan Calheiros com indignação, apontar a política brasileira como fraca, culpar o Judiciário para as freqüentes impunidades. Difícil é a ação; difícil é acreditar no poder que temos - tanto como pessoas como nação -; difícil é acreditar num ideal, acreditar em valores, acreditar em protestos- sim, falta demonstrar nossa indignação.
O egoísmo repentino pode sim ser de todo positivo: quando nós o usarmos para obter uma epifania! Enquanto isso não ocorrer, o egoísmo tenderá a crescer. E os nossos ideais - que um dia se mostraram tão resistentes - terão seus dias contados.
Assinar:
Postagens (Atom)